quinta-feira, 25 de março de 2010

Um absurdo real! Matança de crianças indígenas ser aceita por antropólogos!





Você acha que os seres acima são pessoas ou são bichos? Por serem trigêmeas, algumas tribos indígenas e antropólos NÃO as consideram  PESSOAS e defendem a morte delas para proteger a cultura da tribo.

Isso parece um absurdo, mas infelizmente é real. Não é no Afeganistão, nem em nenhum país africano. É aqui no Brasil mesmo. Em algumas tribos indígenas, crianças que nascem gêmeas ou que possuem alguma deficiência física ou mental são mortos, abandonados na mata ou enterrados vivos!

O maior absurdo é que atropólogos brasileiros aceitam essa prática absurda, alegando que as crianças indígenas NÃO SÃO PESSOAS e que podem ser mortas!

Os missionário Edson e Márcia Suzuki, que trabalham com esses índios, lutam com unhas e dentes contra essa prática, e têm um site divulgando este trabalho: www.atini.org

Vejam o texto que a Márcia escreveu denunciando. Divulguem para que todos conheçam essa prática absurda!

A ESTRANHA TEORIA DO HOMICÍDIO SEM MORTE

Marcia Suzuki

Conselheira de ATINI – VOZ PELA VIDA



Alguns antropólogos e missionários brasileiros estão defendendo o indefensável. Através de trabalhos acadêmicos revestidos em roupagem de tolerância cultural, eles estão tentando disseminar uma teoria no mínimo racista.  A teoria de que para certas sociedades humanas certas crianças não precisariam ser enxergadas como seres humanos. Nestas sociedades, matar essas crianças não envolveria morte, apenas “interdição” de um processo de construção de um ser humano. Mesmo que essa criança já tenha 2, 5 ou 10 anos de idade.

Deixe-me explicar melhor. Em qualquer sociedade, a criança precisa passar por certos rituais de socialização. Em muitos lugares do Brasil, a criança é considerada pagã se não passar pelo batismo católico. Ela precisa passar por esse ritual religioso para ser promovida a “gente” e ter acesso à vida eterna. Mais tarde, ela terá que passar por outro ritual, que comemora o fato dela ter sobrevivido ao período mais vulnerável, que é o primeiro ano de vida. A festa de um aninho é um ritual muito importante na socialização da criança. Alguns anos mais tarde ela vai frequentar a escola e vai passar pelo difícil processo de alfabetização. A primeira festinha de formatura, a da classe de alfabetização, é uma celebração da construção dessa pessoinha na sociedade. Nestas sociedades, só a pessoa alfabetizada pode ter esperança de vir a ser funcional. E assim vai. Ela vai passar por um longo processo de “pessoalização”, até se tornar uma pessoa plena em sua sociedade.

Esse processo de socialização é normal e acontece em qualquer sociedade humana. As sociedades diferem apenas na definição dos estágios e na forma como a passagem de um estágio para outro é ritualizada.

Pois é. Esses antropólogos e missionários estão defendendo a teoria de que, para algumas sociedades, o “ser ainda em construção”  poderá ser morto e o fato não deve ser percebido como morte. Repetindo – caso a “coisa” venha a ser assassinada nesse período, o processo não envolverá morte. Não é possível se matar uma coisa que não é gente. Para estes estudiosos, enterrar viva uma criança que ainda não esteja completamente socializada não envolveria morte.

Esse relativismo é racista por não se aplicar universalmente. Estes estudiosos não aplicam esta equação às crianças deles. Ou seja, aquelas nascidas nas grandes cidades, mas que não foram plenamente socializadas (como crianças de rua, bastardas ou deficientes mentais).  Essa equação racista só se aplicaria àquelas crianças nascidas na floresta, filhas de pais e mães indígenas. Racismo revestido com um verniz de correção política e tolerância cultural.



Foto: Niawi, menino indígena do Amazonas enterrado vivo aos 5 anos por não conseguir andar. Mãe e pai não queriam sacrificá-lo e se suicidaram antes.

Tristemente, o maior defensor desta hipótese é um líder católico, um missionário. Segundo ele "O infanticídio,  para nós, é crime se houver morte.  O aborto, talvez, seja mais próximo dessa prática dos índios, já que essa não mata um ser humano, mas sim, interdita a constituição do ser humano", afirma.”[i]

Uma antropóloga da UNB, concorda.  "Uma criança indígena quando nasce não é uma pessoa.  Ela passará por um longo processo de pessoalização para que adquira um nome e, assim, o status de 'pessoa'.  Portanto, os raríssimos casos de neonatos que não são inseridos na vida social da comunidade não podem ser descritos e tratados como uma morte, pois não é.  Infanticídio, então, nunca".”[ii]

Mais triste ainda é que esta antropóloga alega ser consultora da UNICEF, tendo sido escolhida para elaborar um relatório sobre a questão do infanticídio nas comunidades indígenas brasileiras[iii]. Como é que a UNICEF, que tem a tarefa defender os direitos universais das crianças, e que reconhece a vulnerabilidade das crianças indígenas[iv], escolheria uma antropóloga com esse perfil para fazer o relatório? Acredito que eles não saibam que sua consultora defende o direito de algumas sociedades humanas de “interditar” crianças ainda não plenamente socializadas.[v]

O papel da UNICEF deveria ser o de ouvir o grito de socorro dos inúmeros pais e mães indígenas dissidentes, grito este já fartamente documentado pelas próprias organizações indígenas e ONG’s indigenistas[vi].

A UNICEF deveria ouvir a voz de homens como Tabata Kuikuro, o cacique indígena xinguano que preferiu abandonar a vida na tribo do que permitir a morte de seus filhos. Segurando seus gêmeos sobreviventes no colo, em um lugar seguro longe da aldeia, ele comenta emocionado:

“Olha prá eles, eles são gente, não são bicho, são meus filhos.

Como é que eu poderia deixar matar?”[vii]

Para esses indígenas, criança é criança e morte é morte. Simples assim.


[i] http://www.amazonia.org.br/noticias/noticia.cfm?id=347765

[ii] idem

[iii] Marianna Holanda fez essa declaração em palestra que ministrou em novembro de 2009 no auditório da  UNIDESC , em Brasília.

[iv] Segundo relatório da UNICEF, as crianças indígenas são hoje as crianças mais vulneráveis do planeta. “Indigenous children are among the most vulnerable and marginalized groups in the world and global action is urgently needed to protect their survival and their rights, says a new report from UNICEF Innocenti Research Centre in Florence.”

[v] Em algumas sociedades, crianças não socializadas seriam gêmeos, filhos de mãe solteira, de viúvas ou de relações incestuosas, crianças com deficiência física ou mental grave ou moderada, etc. A dita “interdição” do processo pode ocorrer em várias idades, tendo sido registrada com crianças de até 10 anos de idade, entre os Mayoruna, no Amazonas. Marianna defende essa “interdição” em dissertação intitulada “Quem são os humanos dos direitos?”  Estudo contesta criminalização do infanticídio indígena

[vi] www.quebrandoosilencio.blog.br www.atini.org www.movimentoindigenaafavordavida.blogspot.com http://vimeo.com/1406660 carta aberta contra o infanticídio indígena

[vii] Trecho de depoimento do documentário “Quebrando o Silêncio”, dirigido pela jornalista indígena Sandra Terena. O  documentário  está disponível no link www.quebrandoosilencio.blog.br

quinta-feira, 11 de março de 2010

Viagem missionária ao Haiti - Dando importância a aquilo que é importante

Na semana passada (28/02 a 06/03/2010) um grupo de voluntários partiu do Brasil para uma missão ao Haiti. Entre os enviados estava Paulo Bettiol, irmão da Igreja Metodista Livre de Diadema, que levou a doação brasilera, e Carlos Nomoto, ou nosso querido Cacá, que já foi membro de Jorda e a cada dia faz trabalhos mais grandiosos para a Obra de Deus.

Na volta ele mandou fotos e um relato de como foi o trabalho lá, e o impacto que a viagem trouxe para sua vida. Esse impacto é sentido na gente também, que sempre reclama por coisas mínimas. Vejam na íntegra logo abaixo:

Glórias a Deus pela disposição dos irmãos em fazer a Obra de Deus!

Dando importância a aquilo que é importante


Carlos Nomoto

Cheguei ontem do Haiti, país que atraiu a atenção do mundo devido ao terremoto que derrubou cerca de 30% a 40% dos edifícios e casas. Um bairro chamado Bel Air caiu quase todo. As pessoas dormem em barracas por 3 motivos: porque suas casas foram destruídas, ou porque estão sob risco de desmoronamento, ou porque têm medo de dormir dentro da própria casa. Eu também teria.

A maioria dos prédios aonde funcionavam escolas desmoronou. E, nas poucas escolas que estão de pé, as crianças não querem ir para as aulas com medo de novos desabamentos. Há centenas de corpos embaixo dos escombros. Não há “bulldozers” para retirar os entulhos. Em alguns locais o cheiro é muito forte.

Em situações como esta vemos o quê há de pior e melhor na natureza humana. Alguns se aproveitam da situação: pegam alimentos e barracas doadas e vendem.
Uma barraca pode chegar a valer US$ 500,00 no mercado paralelo.

Mas o que me impressionou foi o nosso lado bom: dezenas de organizações de ajuda humanitária estão no Haiti. Grandes, como Médicos sem Fronteiras e Cruz Vermelha. E pequenas, com meia dúzia de pessoas vestindo camisetas com frases como “Help Haiti” e coisas assim. As Nações Unidas estão fazendo um belíssimo trabalho, bem como o exército brasileiro, sob comando do Coronel Azevedo, o qual foi o único sobrevivente entre 10 militares que estavam dentro de um prédio no momento do terremoto. Deus continua firme no propósito para a vida do Coronel Azevedo.

Visitei a catedral aonde D. Zilda Arns nos deixou. Não pude conter as emoções. Eu não posso escolher como morrer. Mas se pudesse, eu gostaria de deixar esta vida como ela, cumprindo a sua missão. Entretanto, posso escolher como viver. Então, escolhi viver como ela. Simplesmente fazendo aquilo que eu acredito que deve ser feito para que a humanidade seja melhor.

Eu fui ao Haiti movido pelos passos de Jesus Cristo. Acredito que Ele teria ido para lá se estivesse fisicamente por aqui. Acredito que D. Zilda Arns também acreditava nisso. E o Coronel Azevedo também acredita nisso. E encontrei dezenas de pessoas que acreditam nisso.

Aonde estão os ateus e os céticos nesta hora? Se eles estavam lá, não eram a maioria. E eu não consigo imaginar que tipo de esperança eles poderiam oferecer a quem perdeu a casa, a família e o sustento de uma só vez. Conversei com militares, clérigos, comerciantes, médicos, brasileiros, norte americanos, haitianos, homens, mulheres e crianças. E não encontrei o ceticismo tão presente entre aqueles que comem 3 vezes ao dia, com mais de 2 carros na garagem e uma previdência privada polpuda. Eu vivo no meio destes a maior parte do ano. Talvez seja mais fácil duvidar da existência de Deus quando estamos de barriga cheia. Desculpem pela minha sinceridade.

Conversei com um casal que perdeu um filho, a casa e o trabalho. Disseram para mim: Jesus prometeu que cuidaria dos seus filhos então Ele irá cuidar de nós. Ele foi amoroso conosco porque poderíamos ter morrido todos, mas estamos vivos e podemos continuar acreditando nele. Voltei para o meu assentamento envergonhado. Perco a paciência por causa de uma vaga de automóvel no shopping. Quase blasfemo contra Deus quando perco um bom negócio. Fico ansioso para saber quanto será o meu bônus anual. Morro de raiva daquele cara que tentou me “passar a perna” no trabalho.

A vida moderna cria a ilusão de que estamos nos tornando seres melhores e maiores. Então, por que estamos dando mais atenção a coisas tão pequenas? A ida ao Haiti foi um retiro espiritual para mim. O trânsito é caótico, comparável a São Paulo – Capital. Água potável só em garrafas industrializadas. Dormi em uma barraca bastante confortável, ao lado de um galo maldito que começava a cacarejar às 3:00 da manhã. Há muita gente perambulando pelas ruas porque não têm o que fazer. Alguns haitianos vêm puxar conversa, perguntam de onde você vem. Em geral eles são bastante simpáticos. Gostam de perguntar e aprender novas línguas. Em meio a tudo isso, mais uma vez, aprendi a dar importância para aquilo que é importante.

Já estou de volta a vida normal. Vou continuar tomando bons vinhos de vez em quando, indo a restaurantes com a família, andando de moto com os amigos, trabalhando muito no banco, que é o meu campo missionário atualmente. Mas todas estas coisas estão de volta ao seus devidos lugares. Como notas musicais elas compõem a minha vida, mas não dão o tom dela. Eu existo porque Jesus Cristo quis que eu existisse e o propósito maior é ser como ele. Fazer o quê ele faria, ir para aonde ele iria, decidir como se ele estivesse decidindo.

Isso não faz de mim uma pessoa especial. Nem melhor do que os outros. Apenas me deixa mais tranqüilo, confiante e disposto a levar a sério a decisão que tomei de ser um discípulo de Jesus Cristo em qualquer lugar deste planeta. Na Vila Olímpia e no Haiti.

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DED 2010

Durante o carnaval deste ano eu estive no acampamento DED, em Embura, para crianças entre 7 e 11 anos das Igrejas Metodistas Livres do Concílio Nikkei. Foram aproximadamente 90 crianças e 80 adultos que ajudaram nas equipes de Apoio, progamação, louvor, monitoria e cozinha, onde eu estava.

Foram dias de trabalho árduo, na cozinha a gente acordava às 6 da manhã (antes de todo o mundo), preparava o café, servia, e logo começava a picação para o almoço. Terminava o almoço, a gente já tinha que correr atrás do lanche da tarde, da janta e do lanche da noite. Íamos dormir perto das 23h, para acordar às 6 na manhã seguinte.

Mesmo assim, foi um prazer servir a Deus lá, conhecer pessoas e compartilhar nossos problemas, anseios e felicidades. Também é lindo ver aquelas crianças brincando, se divertindo, comendo bem e principalmente ouvindo a Palavra de Deus. O tema foi missões, as crianças conheceram alguns países e seus missionários, e muitas saíram de lá com vontade de serem missionários.

Enfim, é um esforço que vale a pena! Parabéns aos organizadores e ficaremos sempre torcendo e orando para que a semente no coraçãozinho daquelas crianças germine e dê bons frutos!

Vejam algumas fotos, e tem mais no link http://fotosded.wordpress.com/

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